Planos de saúde devem sofrer reajuste maior do que 15%, entenda porque
A expectativa das operadoras é de que em breve ocorra a divulgação do índice a respeito do reajuste dos planos de saúde individuais e familiares, que será feito pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
De acordo com o que foi informado previamente, o reajuste em questão será de pelo menos 15% e pode atingir níveis maiores, após relatos feitos em relação ao gasto médico-hospitalar, que atingiu um novo recorde recentemente.
A estimativa, de acordo com a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), é de que a autorização aguardada por parte da agência seja de cerca de 15,7%, podendo atingir valores maiores. Já o cálculo realizado pela Associação Brasileira de Planos de Saúde apontou que este valor pode chegar a 15,8%.
Quais são os motivos para o reajuste dos planos de saúde?
Ainda é aguardado que os valores destacados sejam aplicados aos planos de saúde para que haja um reajuste em seus valores, mas as motivações principais apontadas para que os valores sejam modificados vem do aumento dos custos médico-hospitalares.
Esses custos foram reportados anteriormente pelas operadoras de planos de saúde e agora estão sendo considerados pelos órgãos responsáveis por regulamentar estas questões, de modo que haja o reajuste.
Para a comprovação da necessidade deste ajuste, foram feitos alguns estudos, como o realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), que comprovou que ocorreu uma variação em relação aos custos médico-hospitalares das operadoras de cerca de 27,7% em 12 meses.
Os valores apontados pelos estudos mostram que este é um recorde desde a série histórica iniciada em 2007. Sendo assim, o maior registro até o presente momento era de 20,4% que aconteceu entre os anos de 2015 e 2016, diante de uma crise econômica que se estabeleceu no país.
Aumento de custos diante do isolamento e pandemia
As mudanças são resultados diretos também da pandemia e do isolamento social provocado por ela. Diante desse cenário, iniciado em 2020, muitas pessoas acabaram adiando exames e cirurgias eletivas.
Logo, em um primeiro momento, foi possível notar uma queda em relação aos custos para os planos de saúde de cerca de -3,6%. Entretanto, com as mudanças e o aumento da vacinação, que ocorreu a partir de 2021, esse cenário se modificou totalmente.
Muitas pessoas que deixaram exames e cirurgias eletivas para outro momento passaram a busca-las através dos planos de saúde. Assim, essas despesas começaram a aumentar consideravelmente, mostrando os resultados que se tem atualmente e que acabaram provocando o necessário reajuste.
Dessa forma, a variação ocorreu de uma maneira intensa e quase que inesperada. Entre junho e setembro de 2021, muitas pessoas passaram a procurar estes serviços novamente.
Os principais pontos destacados nesses aumentos foram as internações, as terapias, os exames, os serviços ambulatoriais e as consultas. Entre setembro de 2020 e setembro de 2021 foi registrado um aumento de 38% nessas despesas.
Como foi feito o cálculo pela ANS?
Para chegar a esses valores e destacar a necessidade de se reajustar os planos de saúde, foi realizado um cálculo com base em uma amostra de 688 beneficiários. A maior parte deles, que representou 36,9% de acordo com o IESS, possuía de 59 anos para mais.
Assim, o cálculo para o reajuste levou em consideração o valor das despesas assistenciais e a inflação pelo índice de preços ao consumidor amplo. Nessa fórmula, o IVDA possui peso de 80% e o IPCA de 20%.
Ainda é esperado que o órgão divulgue e autorize os aumentos dos planos de saúde, mas em nota ele informou que o reajuste ainda está sendo calculado e será divulgado em breve. Isso acontecerá ao final dos cálculos e com a manifestação do Ministério da Economia. Ainda não há uma data para que o procedimento seja realizado.